Nem uma semana sem postar... Nada mal pra quem já ficou cerca de um mês sem dar as caras, não?
Pois é. É que felizmente, o dia dos namorados, juntamente como uma manhã chatíssma na escola e minha condição de garota sem namorado e dona de uma vida amorosa mais embolada do que teia de aranha, me inspirou.
Dessa vez não tem surpresa no final. Pelo menos EU acho que, dessa vez, eu deixei a 'surpresa' bem óbvia o tempo todo...
Enfim. Vou parando por aqui. Fiquem com o texto e, por favor, comentem =)
Voe Para Sempre
Lá do alto,de onde estava, ela podia ver o movimento da cidade de ummodo especial. Pessoas e animais estavam reduzidos a minúsculos pontinhos peludos que andavam para lá e para cá.
Um dia como outro qualquer?
Não.
Aquele dia era tomado por uma atmosfera diferente. Lojas, restaurantes, lanchonetes e casas cobertas de vermelho e as ruas apinhadas de gente, uma gente cujo sorriso se estendia de uma orelha à outra e cujas risadas e gritos de felicidade ecoavam de tal maneira que chegavam quase intactos aos ouvidos da figura que observava de longe toda a cena. Flores por toda parte, nos jardins, nas vitrines e nos braços das pessoas (nesse caso, elas se dividiam entre as que eram carregadas cuidadosa e carinhosamente até a pessoa a quem seriam dadas de presente e as que já haviam chegado ao destino final e eram banhadas por lágrimas de felicidade ou simplesmente sorrisos). Jovenzinhas que se atiravam sobre seus amados, derrubando ambos no chão e demonstrando o quão felizes haviam ficado com o presente e/ou declaração que haviam recebido...
Havia também as pessoas que se isolavam em um cantinho, lamentando o fato de não ter ninguém com quem dividir aquele momento ou chorando a perda recente do companheiro, que não poderia ter vindo em pior hora.
É... Era dia dos namorados.
Ela suspirou ao pensar que ela própria deveria estar entre os muitos jovens apaixonados que estava vendo.
Juntamente com ele.
Seria o terceiro dia dos namorados que passariam juntos. Droga... Tão pouco tempo! Não, não podia ser justo. Eles tinham tantos planos... Falavam sempre de um futuro no qual estariam juntos... E ela gostava tanto de pensar naqueles planos! No dia em que se casariam e teriam três filhos... No modo como se amariam para sempre, amariam seus filhos e os ensinariam a amar a vida e as pessoas... Nas canções de ninar que cantariam...No modo sereno como manteriam seu amor quando já estivessem velhos e já não pudessem mais vivê-lo tão intensamente quanto na juventude...
Mas tudo estava acabado. Nada daquilo iria chegar a acontecer. Nada.
Nada... Fim... Aquelas eram palavras tão pequenas, tão vazias, mas tão cruéis! Ela nunca pensou que um dia as usaria para se referir ao seu romance. Logo o seu, que era tido como modelo, invejado por quase todos os seus amigos (ainda que, segundo eles, fosse apenas uma invejinha boa)...
Definitivamente, era injusto. E irônico.
E triste. Era tudo tão... Errado!
O vento tocava seu rosto jovem e belo, lembrando-a do toque dele. Sempre gelado, suave e carinhoso. Sempre fazendo com que ela fechasse os olhos e sorrisse.
Sempre a guiando ou enchendo-na de emoções que a guiavam.
Deixou-se levar pelo vento, flutuando juntamente com seus cabelos claros e o tecido branco e leve que lhe cobria o corpo.
Ah, que saudades...
Se ele a estivesse vendo naquele momento, diria que ela parecia um anjo, que ela era um anjo. Exatamente como fizera na vez em que ela chegara mais perto de estar como estava naquele momento, em uma praia deserta, durante o pôr-do-sol e correndo a favor do vento.
Por outro lado, não fazia sentido pensar naquilo, uma vez que se ele pudesse vê-la naquele momento, ela não estaria daquele jeito.
Mas era algo em que ela gostava de pensar. Seria tão bom estar daquele jeito se não fosse por... bem, por tudo o que aquilo acarretava...
Era uma sensação de liberdade e leveza que ela jamais imaginou experimentar algum dia.
Confiar totalmente em algo que não se pode ver, mas que se sabe que faz bem.
Voar.
Bebeu cada segundo em que pôde desfrutar daquele momento tão surreal com a mesma sede com a qual um nômade do deserto beberia o primeiro cantil que visse em um mês, e então um dos pontinhos abaixo de si chamou sua atenção.
Um pontinho cabisbaixo, afastado de todos os outros.
Ele.
Ao aproximar-se, ela pôde notar, apesar de ele estar de costas para ela, que ele chorava. Chorava, olhando atentamente uma placa de granito e tinha flores nos braços.
Na última vez em que eles haviam se visto, há exatos três dias, ele também estava chorando e também tinha flores nas mãos.
Flores que ele não tivera tempo de entregar.
A simples lembrança daquela cena a deixava com ganas de chorar.
Doía vê-lo chorar, ver a dor dele transbordar de seus olhos e cair em seu coração como uma agulha, sabendo que a culpa era sua.
E mais dolorosa ainda era a terrível sensação de impotência que sentia diante daquilo. Queria abraçá-lo, dizer a ele o que sentia, mas seu corpo já não a obedecia e ela teve que partir, assistir a figura dele sumir aos poucos diante de seus olhos juntamente com todos os seus sonhos.
E então, ali estava ela.
Tocou com os dedos finos o rosto que tanto amava e que lhe estava tirando o descanso. Sorriu.
Ele sentia sua presença, ela sabia que ele sentia.
Ele sorriu também, fechou os olhos e sussurrou o nome dela. Sem tristeza, pesar ou pranto. Apenas com amor, saudade e leveza...
Como se quisesse confirmar sua presença, ela tocou-lhe a testa com os lábios num gesto quase maternal e sussurrou, como uma fada:
-Fique bem... Minha criança amada...
A resposta dele foi abrir os olhos, confuso, e olhar ao próprio redor. Não, aquilo era demais para a cabeça dele!
Por mais que fosse tudo o que mais desejasse.
Mas, ao perceber que de fato não havia mais ninguém lá, ele resolveu acreditar. Preferiu pensar que era real a aceitar a hipótese de que era uma simples alucinação.
-Vou tentar... Prometo.
Estendeu a mão gelada e tocou a moldura dourada do pequeno retrato colado na placa à sua frente e depois acariciou ternamente o rosto ali gravado.
-Amo você.
Concluiu sua fala e saiu andando de costas com o olhar perdido, cena que ela observava debruçada sobre a placa de granito na qual estavam gravados seu nome e seu rosto, juntamente com três palavras: "Voe Para Sempre".
17 comentários:
Realmente uma vez por semana é melhor que nada. Parabéns aos dois por co-existirem pacificamente e pela continuação de um blog que amo. Vocês e James Blunt, gosto adquirido.
Olha só, dá pra ter uma estória um pouco menos triste?
Como sempre post de alta categoria. Quero encontrar outro no meio da semana, okay ?
infelizmente, Tina, eu não costumo ter inspiração para estórias felizes ><'
apesar de ser a pessoa mais feliz do mundox]~
de qualquer forma, obrigada *-*
e sim sim ^^ vamos tentar escrever com mais frequência! *-*
* quase chora*
nhai que triste mimy *__*
juro pra vc que foi o primeiro conto que quase POR MTOO QUASE (xD) chorei
><
é porq eu sou uma insensivelll quando leio ><
mas esse tá perfeitoo, si si si
*_______*
amei a idéiaaaaa
arr mimyyy vc ser a mais foda ever i.i
* orgulho da mimy^^*
Bjao enorme
* ainda arrepiada até agora com o conto*
"ainda arrepiada até agora.." foi tenso =P
poxa. Nem tinha comentado aqui né? Mas acho que o que eu queria te dizer sobre o texto eu já disse pelo msn.
mimy, apelido novo? cara, agora lembrei de uma coisa, eu nunca mais disse mimimi... -_-"
E voalá, cá estou surgindo do nada e indo para lugar algum.. =]
Mas realmente, só ler até a pagina 3 foi o cúmulo da tapadisse, só q a gente releva neh =pp
Agora, Amei o conto meu anjinho. Final foi extremamente belo e sinceramente, não era algo tão previsível assim. Como sempre, merece meus parabéns mocinha... =] continue escrevendo que você chega muito longe... basta acreditar em vc pq talento vc tem de sobra ^^
Beijos meus pequenina,
Amo vc =]
o_o'
Primeiro conto seu que eu leio e vou te contar... Muito bonito mesmo. Magistralmente escrito, e adorei a mensagem dele. Sensacional ^^
E eu não sabia que seu apelido na net era Amy... Adoro esse nome ^^
(na verdade sabia, vi no seu orkut... mas isso são apenas meros detalhes =p)
Tô com saudade de você, moça ^^
Vou ver se consigo liberar minha casa para o pessoal da ressaca ver o jogo quinta-feira. Se tiver tudo beleza, vê se aparece, hein? ^_^
Beijos =*
Cara, que triste ;_;
Incrível como dá pra imaginar tudo o que tá escrito, como um filme ;_; ;_; ;_:(acabou a lágrima e um olho)
Oh Amy*-*
Linda =*
Nossa, que coisa de louco.
você continua escrevendo MUITO BEM.
como sempre. na verdade, você até melhorou desde de a última vez que li um treco seu mas...
nha ficou kawaii né? *-* (momento boba master ON: falando que o mundo é rosa)
eu to sem tempo de fazer posts longos: muita coisa em pouco tempo. minha aula começa em 5 minutos! -_-"
nheca.
Beijos para você amada Amy-chan =D
Maycon, não, moro em Itapoã-Vila Velha =*
olha amy eu todos os textos sao bons mais acho que eu gostei mais desse que foi o mais triste e melancolico dos textos foi um dos que eu mais me indentifiquei continue sempre sendo feliz e escrevendo esses tipos de texto que eu adoro parabens
beijos tchau
OK! não podia deixar de dizer!
leia o texto como se ela estivesse viva em cima do prédio e que o voar seria um suicidio!!! mt bunito
ok... o anonimo sou eu
DROGA TA DANDO ERRADO
euuuuu
não posso negar que sua interpretação é interessante, terrinha adorado xD~
eu num entendi quando li ele pela primeira vez
*bernardo burro* T__T
mas depois eu li de novo e entendi x)
muito bom ^___^
"vergonha dos meus textos"
nhaan
nada a ver sua boba ><'
gostei de verdade ^^
=*
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