sexta-feira, junho 23, 2006


Post novo, ou meio-post... sei lá. Esse aí meio diferente, num sei. Vou postar a segunda parte assim que eu tiver alguma ideia (ruim, que seja) de como termina essa bagaça aí. Provavelmente até a próxima quinta-feira ou sexta-feira.

Bjos =*** e comentem!

*segredinho pra vocês: dia 7 é aniversário da Amy (e Amy não é apelido de internet não, eu realmente chamo ela assim)*

Uma dose de whisky barato

Quantas lembranças boas daquele lugar, daquelas pessoas, de sua família, de sua infância. Finalmente voltava para um lugar que poderia chamar de seu, um lugar acolhedor que poderia chamar de lar.

Ainda era jovem, e havia se divertido como nunca imaginou antes, mas cada vez que lembrava dos sorrisos que ficaram pra trás sentia uma saudade muito boa. Então, por que não voltar e revê-los?

Sempre foi muito decidido sobre o que fazer, e enquanto se questionava sobre isso já estava cavalgando através dos desertos montado num trovão.

Como era boa a sensação que Bernard sentia ao pilotar sua Harley-Davidson FXR naquelas rodovias desertas, de retas tão distantes que se perdiam de vista.

Sentir o asfalto deslizando por sob as rodas de sua motocicleta, ver a linha do horizonte sendo distorcida pelo calor, sentir o vento batendo no rosto desprotegido e queimado pelo sol e os cabelos compridos chacoalhando em sua nuca eram as sensações que mais lhe faziam se sentir importante e imponente.

O mundo pertencia a ele, e o mundinho que queria ver agora era aquele lugar de suas lembranças.

Uma lágrima carregada pelo vento deslizava em direção às suas orelhas e o Sol se punha à sua frente. Até o Sol estava a seus pés.

Apreciando a paisagem e ao mesmo tempo pensando no que iria encontrar no fim dessa estrada. Apesar no fim dela parecer nunca estar lá, um dia, ele sabia, a estrada terminaria.

Pode-se dizer que estava feliz, ansioso, receoso talvez, mas certamente animado. Sorria, e o vento cortava seus olhos, que lacrimejavam, talvez de emoção, mas ele preferia acreditar que era realmente o vento.

Deu uma risada e uma leve acelerada. Berrou algo como “yeaaaah” com todas as forças que seus pulmões podiam agüentar, soltou uma das mãos do guidão e tateou a jaqueta de couro procurando pela garrafinha de Jack Daniel's que estava fechada com uma rolha. Desarrolhou-a com os dentes e tomou a ultima dose de um só gole. Sacudiu o braço e atirou a garrafa ao chão que se espatifou e espalhou pedaços de vidro pelo asfalto preto.

Olhou para trás e o céu já estava escuro ao leste. Deu “boa noite” e “até logo” às luzes da última cidade que sumia de vista e encarou a estrada a sua frente.

A noite avançava e, impiedosamente junto com ela, o cansaço.

Parou no primeiro bar que encontrou a beira da estrada. O lugar era pequeno e escuro (como em todo bar clichê em beira de estrada), mas ainda assim acomodava facilmente duas mesas de bilhar, umas três prostitutas, uma prateleira com todo tipo de bebida barata (provavelmente contrabandeada) e muitos encrenqueiros.

Sem demonstrar nenhuma emoção ao ver um bêbado quebrando uma garrafa na cabeça de um bigodudo que tinha os olhos vermelhos e o nariz sangrando, Bernard entrou empurrando a porta com um dos pés. Dirigiu-se diretamente ao balcão e pediu um café duplo e outra garrafa de Jack Daniel's. Só precisava se manter acordado por alguns quilometros.


Voltou para a estrada e pilotou por mais vários minutos. Parou para abastecer a motocicleta e urinou atrás de uma placa de limite de velocidade.

Faltavam ainda algumas horas para o sol voltar a surgir quando viu a placa meio enferrujada que dizia o nome que ele esperava ler. Parou, levantou-se, respirou fundo e decidiu que antes de procurar pelas pessoas tão queridas ele precisava tomar um banho. Elas mereciam.

sexta-feira, junho 16, 2006

Olá!
Nem uma semana sem postar... Nada mal pra quem já ficou cerca de um mês sem dar as caras, não?
Pois é. É que felizmente, o dia dos namorados, juntamente como uma manhã chatíssma na escola e minha condição de garota sem namorado e dona de uma vida amorosa mais embolada do que teia de aranha, me inspirou.
Dessa vez não tem surpresa no final. Pelo menos EU acho que, dessa vez, eu deixei a 'surpresa' bem óbvia o tempo todo...
Enfim. Vou parando por aqui. Fiquem com o texto e, por favor, comentem =)


Voe Para Sempre

Lá do alto,de onde estava, ela podia ver o movimento da cidade de ummodo especial. Pessoas e animais estavam reduzidos a minúsculos pontinhos peludos que andavam para lá e para cá.

Um dia como outro qualquer?

Não.

Aquele dia era tomado por uma atmosfera diferente. Lojas, restaurantes, lanchonetes e casas cobertas de vermelho e as ruas apinhadas de gente, uma gente cujo sorriso se estendia de uma orelha à outra e cujas risadas e gritos de felicidade ecoavam de tal maneira que chegavam quase intactos aos ouvidos da figura que observava de longe toda a cena. Flores por toda parte, nos jardins, nas vitrines e nos braços das pessoas (nesse caso, elas se dividiam entre as que eram carregadas cuidadosa e carinhosamente até a pessoa a quem seriam dadas de presente e as que já haviam chegado ao destino final e eram banhadas por lágrimas de felicidade ou simplesmente sorrisos). Jovenzinhas que se atiravam sobre seus amados, derrubando ambos no chão e demonstrando o quão felizes haviam ficado com o presente e/ou declaração que haviam recebido...

Havia também as pessoas que se isolavam em um cantinho, lamentando o fato de não ter ninguém com quem dividir aquele momento ou chorando a perda recente do companheiro, que não poderia ter vindo em pior hora.

É... Era dia dos namorados.

Ela suspirou ao pensar que ela própria deveria estar entre os muitos jovens apaixonados que estava vendo.

Juntamente com ele.

Seria o terceiro dia dos namorados que passariam juntos. Droga... Tão pouco tempo! Não, não podia ser justo. Eles tinham tantos planos... Falavam sempre de um futuro no qual estariam juntos... E ela gostava tanto de pensar naqueles planos! No dia em que se casariam e teriam três filhos... No modo como se amariam para sempre, amariam seus filhos e os ensinariam a amar a vida e as pessoas... Nas canções de ninar que cantariam...

No modo sereno como manteriam seu amor quando já estivessem velhos e já não pudessem mais vivê-lo tão intensamente quanto na juventude...

Mas tudo estava acabado. Nada daquilo iria chegar a acontecer. Nada.

Nada... Fim... Aquelas eram palavras tão pequenas, tão vazias, mas tão cruéis! Ela nunca pensou que um dia as usaria para se referir ao seu romance. Logo o seu, que era tido como modelo, invejado por quase todos os seus amigos (ainda que, segundo eles, fosse apenas uma invejinha boa)...

Definitivamente, era injusto. E irônico.

E triste. Era tudo tão... Errado!

O vento tocava seu rosto jovem e belo, lembrando-a do toque dele. Sempre gelado, suave e carinhoso. Sempre fazendo com que ela fechasse os olhos e sorrisse.

Sempre a guiando ou enchendo-na de emoções que a guiavam.

Deixou-se levar pelo vento, flutuando juntamente com seus cabelos claros e o tecido branco e leve que lhe cobria o corpo.

Ah, que saudades...

Se ele a estivesse vendo naquele momento, diria que ela parecia um anjo, que ela era um anjo. Exatamente como fizera na vez em que ela chegara mais perto de estar como estava naquele momento, em uma praia deserta, durante o pôr-do-sol e correndo a favor do vento.

Por outro lado, não fazia sentido pensar naquilo, uma vez que se ele pudesse vê-la naquele momento, ela não estaria daquele jeito.

Mas era algo em que ela gostava de pensar. Seria tão bom estar daquele jeito se não fosse por... bem, por tudo o que aquilo acarretava...

Era uma sensação de liberdade e leveza que ela jamais imaginou experimentar algum dia.

Confiar totalmente em algo que não se pode ver, mas que se sabe que faz bem.

Voar
.

Bebeu cada segundo em que pôde desfrutar daquele momento tão surreal com a mesma sede com a qual um nômade do deserto beberia o primeiro cantil que visse em um mês, e então um dos pontinhos abaixo de si chamou sua atenção.

Um pontinho cabisbaixo, afastado de todos os outros.

Ele
.

Ao aproximar-se, ela pôde notar, apesar de ele estar de costas para ela, que ele chorava. Chorava, olhando atentamente uma placa de granito e tinha flores nos braços.

Na última vez em que eles haviam se visto, há exatos três dias, ele também estava chorando e também tinha flores nas mãos.

Flores que ele não tivera tempo de entregar.

A simples lembrança daquela cena a deixava com ganas de chorar.

Doía vê-lo chorar, ver a dor dele transbordar de seus olhos e cair em seu coração como uma agulha, sabendo que a culpa era sua.

E mais dolorosa ainda era a terrível sensação de impotência que sentia diante daquilo. Queria abraçá-lo, dizer a ele o que sentia, mas seu corpo já não a obedecia e ela teve que partir, assistir a figura dele sumir aos poucos diante de seus olhos juntamente com todos os seus sonhos.

E então, ali estava ela.

Tocou com os dedos finos o rosto que tanto amava e que lhe estava tirando o descanso. Sorriu.

Ele sentia sua presença, ela sabia que ele sentia.

Ele sorriu também, fechou os olhos e sussurrou o nome dela. Sem tristeza, pesar ou pranto. Apenas com amor, saudade e leveza...

Como se quisesse confirmar sua presença, ela tocou-lhe a testa com os lábios num gesto quase maternal e sussurrou, como uma fada:

-Fique bem... Minha criança amada...

A resposta dele foi abrir os olhos, confuso, e olhar ao próprio redor. Não, aquilo era demais para a cabeça dele!

Por mais que fosse tudo o que mais desejasse.

Mas, ao perceber que de fato não havia mais ninguém lá, ele resolveu acreditar. Preferiu pensar que era real a aceitar a hipótese de que era uma simples alucinação.

-Vou tentar... Prometo.

Estendeu a mão gelada e tocou a moldura dourada do pequeno retrato colado na placa à sua frente e depois acariciou ternamente o rosto ali gravado.

-Amo você.

Concluiu sua fala e saiu andando de costas com o olhar perdido, cena que ela observava debruçada sobre a placa de granito na qual estavam gravados seu nome e seu rosto, juntamente com três palavras: "Voe Para Sempre".

domingo, junho 11, 2006



E volta a desaparecida depois de um ano sem dar as caras... Bem, pelo menos agora o May voltou à ativa e blog não vai mais ficar tão abandonado quanto ficou durante o curto período em que o administrei sozinha.
Tentei escrever algo novo para esse post. Tentei mesmo. Mas não saiu, infelizmente...
Tentei terminar um continho inacabado que eu tenho no pc desde fevereiro... mas também não deu porque eu estou passando mal.
Aí resolvi postar esse texto mesmo, o único acabado ainda não postado e que não é uma fanfic que eu tenho aqui...
Pessoal demais? Bobinho? Sem sentido? Sem final? Sem propósito? Sim. Mas quem se importa? Prometo que o próximo post será melhor.
Esse texto nasceu de uma conversa minha com meu querido amigo, anjo e ái postiço nas horas vagas, Duh [que aqui comenta como Khronos] em que ele recomendou que eu me fechasse por um momento em minha própria mente e saísse escrevendo o que aparecesse lá. Bem, saiu isso...

Mundo de sonhos

Ela sorriu de leve e estreitou os olhos quando o sol beijou-lhe a face. Sentia um tremor conhecido no coração, como era de se esperar. Até a mais insignificante das coisas, como uma carícia suave do sol, podia enchê-la de sentimentos tanto bons quanto ruins enquanto às vezes via coisas de muito impacto que não lhe tocavam nem um pouco.
Uma única frase ou palavra podia deixá-la horas pensando, fincar raízes em sua mente, se modificar e quem sabe ir parar na boca de algum de seus amados personagens, ou até gerar toda uma história, mas um discurso feito para levar as pessoas a pensar às vezes passava totalmente despercebido.
Sim, ela era esquisita.
Amava demais, odiava demais, temia demais, achava demais.
Sentia demais.
Essa era a razão para sua instabilidade. Por isso ela agia como queria quando queria. Por isso às vezes ela se fechava em um mundo só seu, pensando e pensando, alheia a tudo que se passasse à sua volta. Tinha tantos sentimentos que não os conseguia guardar! Eles simplesmente transbordavam sem que ela pudesse fazer nada para impedir...
Havia aqueles que eram seus e sempre haviam sido, claro... E havia também os que ela havia pegado emprestados simplesmente porque gostava de senti-los. Porque queria senti-los. Para entender tudo...
Ela achava que só sentindo entenderia o mundo, entenderia as pessoas. Achava que a verdade estava nos sentimentos. E isso às vezes saía do controle...
Antes que ela pudesse perceber, já se encontrava de tal maneira que as pessoas ririam dela se soubessem que escondia nas profundezas da alma.
Amava o que muitos odiavam justamente por ter querido saber a razão do ódio, via coisas que ninguém via, explorava o que para os outros parecia simples e vazio (e encontrava nessas coisas todo um mundo!), nutria sentimentos por algumas pessoas que jamais seriam recíprocos e amava até o que não era real!
Amava seu mundo de sonhos, as pessoas inventadas que pegara emprestadas dos livros e também aquelas que ela mesma criara. Amava situações que apenas desejava e outras com as quais sonhara, e as tinha como lembranças de sua vida, carregando-as junto a si até mesmo quando se encontrava no cinzento e sem-graça “mundo real”.
Seu mundo era bonito, nele só entravam coisas e pessoas boas, bons sentimentos e aquilo que poderia gerar poesia. Lá, ela era bela e poderosa, tinha poderes mágicos e conseguia tudo o que queria. As pessoas que amava sempre a entendiam e nunca a magoavam e as pessoas que não amava nem ao menos se aproximavam dela. Simplesmente a ignoravam. E ela as ignorava.
O mundo real era incorrigível. Nele, aconteciam coisas horrendas, as pessoas tinham idéias e leis sem fundamentos que não ajudavam ninguém, só causavam a discórdia. Os inocentes sofriam sem merecer e existia gente que não se importava com o sentimento alheio. Havia até mesmo gente que, oh, que afronta, não se importava com sentimento nenhum!
Mas apesar de tudo, o mundo real não era de todo ruim. Era dele que havia tirado a maioria das coisas de seu próprio mundo, afinal.
Só não era saudável viver lá o tempo todo...

sexta-feira, junho 02, 2006


Dessa vez eu vou postar, não não é um conto como sempre, até pq eu to muito sem inspiração pra ada mesmo. Eu sei que o texto ficou uma droga mas foi o que me deu vontade de escrever depois de quase três semanas sem um post.
acho q pouca gente vai entender este texto e eu não estou disposto a explicar.
Mas enfim, interpretem como quizerem.

Primeiro monólogo


“I'm so far away
And so alone
I need to see your face
To keep me sane
To make me whole

Try to stay alive
Until I hear your voice
I'm gonna lose my mind”

Passando pelo corredor, eu reparo em algo que nunca havia visto ali antes. Não que nunca estivesse ali, mas só agora percebi que a figura que está refletida ali sou eu. Que dali eu posso ver a mim mesmo do ponto de vista de outra pessoa. Tentei conversar com aquela estranha figura. Talvez ele conseguisse responder minha perguntas.

Espelho, meu amigo, pode me dizer o que há de errado com minha cabeça? Todos os equívocos que tenho cometido não param de me afligir, e a cada segundo que passa minha consciência fica mais pesada.
O que essa obsessão possessiva fez com meu bom-senso?
Sabe, espelho, fico pensando no que eu deveria fazer agora, que tudo parece estar perdido. Já me disseram que eu deveria simplesmente esperar o tempo passar, mas quanto tempo? Quanto tempo escaparia pelas minhas mãos sem que eu pudesse fazer nada? Mas por sempre querer fazer alguma coisa, por sempre ser impulsivo quando tudo parece estar dando certo acabo tropeçando nos mesmos buracos de antes.
Você pode me dizer o que eu devo fazer agora? Já tentei consertar alguns erros, mas cada tentativa parece abrir um novo abismo ainda mais fundo entre eu e meu objetivo. Um abismo escuro entre eu e minha felicidade.
Cada passo que eu dou, não importa a direção, me leva para trás e para longe.
Me diga, por favor, o que eu faço agora que meu único intuito desaparece de meu alcance? De que vale uma vida sem metas? Sobrevivo, mas até quando lutarei contra mim mesmo pra me levantar e encarar o mundo todos os dias?
Obrigado por ter me escutado, mesmo que não tenha me respondido.
Sei que é tão difícil para você quanto para mim ter que responder a isso, mas mesmo assim obrigado.
Esse rosto que você me mostra não me diz o que você pensa, mas ainda assim posso perceber que consegue me ouvir com atenção.
Espero que algum dia você também me diga algo.

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