Tirando as teias again... Desculpem pelo sumiço, de verdade!
Sabem como é. Vida corrida, agenda lotada, cabeça girando de tanta coisa pra fazer, juntamente com uma horrenda crise criativa significam blog parado.
Mas agora o Ino-Ins tá de volta. Espero que agora volte pra valer. Pelo menos o post da semana que vem já está garantido, pelo mesmo motivo do post dessa semana.
Sim, o conto aqui postado foi escrito como presente de aniversário para alguém muito especial. Se há alguém no mundo que eu posso chamar de minha irmã, é ela.
Minha melhor amiga, triplamente irmã, companheira de horas tristes e felizes.
Isa.
Isa, eu sei que seu aniversário foi ontem e que eu já te parabenizei pessoalmente, por telefone, pelo orkut e pelo msn. Mas mesmo assim, parabéns de novo!
Eu sei que o conto não está grande coisa, mas mesmo assim... O que vale é a intenção, né? ><'
Beijos a todos, e comentem!
Semana que vem tem mais conto de aniversário, mas da Liv xD~
ps- sim, é a Isa na foto =P
ps2- nya, já enrolei demais. aí vai o conto!
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Castitatis Lilium
Foram os raios de sol, ao atravessarem a janela, que a acordaram naquela manhã. Espreguiçando-se, ela sorriu, aquele sorriso infantil, com os olhos fechados e as bochechas rosadas, como se o sol estivesse fazendo-lhe cócegas.
Mas não estava. O que ela pensava serem cócegas era, na verdade, um chamado carregado de urgência.
Cantarolando, a pequena levantou-se e traçou uma trilha pelo quarto, saltitando como se flutuasse, e, embora ela não notasse, os lugares por onde ela passava pareciam mais brilhantes e cheios de cor.
Foi quando seus olhos amendoados pousaram sobre o objeto que ela procurava: a pequena caixa de música no canto da prateleira. Segurou-a. O objeto era pequeno suficiente para caber na palma de sua mão. Abriu-a e girou entre os dedos de fada a chave de ouro, libertando a música que antes estivera cantarolando.
Aquela música fazia com que ela quisesse dançar. E foi o que ela fez. Rodopiava na ponta dos dedos, os braços formando um arco perfeito. Saltava graciosamente como se estivesse sobre nuvens, as ondas perfeitas de seus cabelos dourados se movimentando e emoldurando-lhe o belo rosto de feições delicadas. Interpretava cada nota de modo que cada passo viesse do fundo de seu coração.
Borboletas entravam voando pela janela, juntamente com as flores carregadas pelo vento leve e perfumado.
Por ela. Para ela. Ela não sabia, mas era por ela que as pessoas continuavam sorrindo. Enquanto ela dançasse, as cores ainda fariam brilhar os olhos dos seres vivos na terra.
...E enquanto ela permanecesse inocente, ainda haveria inocência no mundo. Era essa a razão para ela não saber da responsabilidade que tinha. Era por isso que ela ignorava o próprio poder. Se ela o conhecesse, o poder que sustentava a vida na Terra corromperia a si mesmo, roubando da pequena seu brilho, sua inocência, o amor pelas pequenas coisas que fazia nascer aquele sorriso infantil de que a humanidade tanto precisava.
E a história se repetiria por muitos dias e muitas noites, até o fim do mundo. Toda manhã ela abria os olhos, brindava o dia com seu sorriso e dançava, invocando inconscientemente as flores e as borboletas.
E assim, quando fechasse os olhos à noite, o mundo estaria seguro, pois a essência de sua dança permaneceria. E quando esta estivesse se extinguindo, os raios do sol acordariam novamente sua salvadora.
O Lírio da Pureza.