É, eu voltei. E com texto.
Sim. Ficou uma grande merda e foi feito em dois minutos, mas relevem, por favor.
A idéia veio completamente do nada...Daí saiu isso.
E comentem!!!!
Irmão
As lágrimas pareciam queimar a face alva da jovem enquanto transbordavam de seus olhos e rastejavam por sua face incessantemente. Seu rosto estava vermelho e contorcido de ódio.
Por que raios ele não podia simplesmente deixá-la em paz?
Era sempre a mesma coisa. Quando ela pensava que sua vida estava finalmente perfeita e que ela poderia curtir sua felicidade, ele aparecia e provava o contrário. Quando ela pensava que tinha algum valor e que era de fato uma boa pessoa, ele aparecia e lhe arrancava sem piedade a auto-estima que ela demorara tanto para construir.
Ele era um fantasma. Uma sombra. Sempre estaria ali para atazanar seus dias. Sempre...
Infelizmente, não lhe era concedido nem ao menos um dia de folga. Nem um dia a salvo das humilhações às quais ele a submetia (Não em público. A sós. Mas ainda assim, doía, e muito), dos maus tratos, dos abusos, das injustiças.
-Idiota... – era tudo o que conseguia proferir, fitando a porta semi-aberta por onde ele havia passado há poucos minutos,depois de finalmente saciar sua vontade de fazê-la infeliz. E então olhou à sua volta. Sua cama, tão caprichosamente arrumada por sua mãe, agora estava completamente bagunçada, seu travesseiro amassado, seu amado ursinho de pelúcia sem o qual não dormia jogado em um canto qualquer do chão. Seu computador havia sido bruscamente desligado, deixando várias pessoas falando sozinhas. Seus óculos haviam caído, completamente tortos, depois de uma ‘delicada carícia na face’, e isso fazia com que qualquer coisa que estivesse a mais de dois palmos de seu rosto parecesse horrivelmente embaçada. Sua cabeça doía devido à perda recente e nada espontânea de alguns fios de cabelos negros. Sua pele formigava.
Em sua mente, as ofensas gratuitas ainda ecoavam sem parar.
“Vaca...Vagabunda...Burra...Imbecil...Doente...”
E o cheiro dele estava impregnado em todo o ambiente.
A sensação humilhante do toque malicioso de suas mãos ainda estava fresca.
Aquele porco.
O pior era saber que ele ficaria impune. A razão, no final das contas, era sempre dele. A culpada era ela, por não dar a atenção de que ele precisava.
Filho da mãe.
Aquilo já havia virado rotina. E não havia absolutamente nada que ela pudesse fazer a não ser se conformar. Ele nunca ia mudar mesmo...
Não havia mudado desde que nascera. Por que haveria de mudar agora?
Na foto pendurada na parede, ele sorria de modo quase angelical, abraçando-a carinhosamente.
Criança falsa.
Encarou o retrato como se quisesse cuspir na imagem ali refletida. De fato, queria, mas sabia que aquilo não adiantaria de nada. Então contentou-se em sussurrar, sabendo que o que estava dizendo não era de todo verdade (apesar de tudo) e que ele não ia escutar.
-Odeio você... Irmão...